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segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Apelos de Bezerra

de Mineiros do Tietê, SP

São veementes e constantes os apelos dos Espíritos em favor da aproximação dos espíritas para maior eficácia nas abençoadas tarefas espíritas. Dentre os inúmeros apelos constantes desde a obra da Codificação, destacam-se no século atual os apelos trazidos pelo Dr. Bezerra de Menezes. Nem é preciso citar um ou outro. São bastante conhecidos e divulgados, sempre citados na imprensa e mesmo em livros, embora encontrem muitas dificuldades de execução dentro do Movimento.

É aquela abordagem, aquele convite, aquele apelo mesmo para que os espíritas unam esforços, esqueçam motivos de desunião e se voltem para o trabalho comum, pois que a obra do Cristo não pode estar sujeita aos nossos caprichos e melindres pessoais.

Na verdade, o tempo de progresso espera pelo nosso trabalho em favor do progresso humano, pelas próprias luzes que a Doutrina traz.

Será que esses permanentes apelos dos Espíritos não desejam realmente dizer que precisamos superar todas essas dificuldades de relacionamento, de interpretação para juntarmos forças em favor do trabalho que se espera de cada um? Ora, pois é isto mesmo! Os Espíritos contam com nosso trabalho no exemplo da compreensão e da tolerância, virtudes basilares de nossa Doutrina. O projeto de Jesus precisa de homens dispostos à boa vontade, através da união, embora com pontos de vista distintos.

Todos tem direito de pensar o que quiserem. Superemos as divergências e unamo-nos nos pontos comuns do trabalho ativo. Ninguém é obrigado a pensar pelas nossas cabeças, afinal somos seres livres, pensantes e dotados de liberdade.

Em favor do Movimento, em atenção aos apelos dos Benfeitores, superemos as dificuldades do presente e voltemo-nos ao principal objetivo do Movimento Espírita: Aproximar os espíritas para divulgar, estudar, viver a Doutrina. Em favor do homem!

(Jornal Verdade e Luz Nº 166 Novembro de 1999)
Fonte: http://www.espirito.org.br

A primeira prece

Na madrugada o homem, sequioso de aventuras, chegou ao deserto de Gila, no Novo México.

Estacionou o caminhão e iniciou a caminhada de 32 quilômetros, para se encontrar em um acampamento, com seu grupo de alunos.

O verão era implacável e o sol ardia como fogo. O professor começou a sentir que as botas não eram as ideais para aquele clima. Parou, arejou os pés, colocou outras meias, acelerou o passo, reduziu a marcha. Nada funcionou.

Ao cair da noite, chegou ao acampamento. Os pés estavam uma chaga viva. Eram bolhas e machucados o que viu quando descalçou as botas.

Apesar de tudo nada comentou com ninguém.

Dialogou com os instrutores e com os garotos. A madrugada o surpreendeu em repouso.

Quando a manhã se fez clara, veio o alarme. Um dos garotos sumira.

O professor sentiu o peso da responsabilidade, antevendo as ameaças do deserto cruel que o menino iria enfrentar. Calçou as botas outra vez e teve a impressão de estar andando sobre vidro quente. Tropeçou, arrastou os pés. Tentou pensar em algo para se distrair, esquecer a dor. Tudo em vão.

A dor foi se tornando sempre maior, insuportável.

Finalmente, ele alcançou a trilha que saía de uns arbustos e seguiu direto ao rio que descia das montanhas, através de sombrios desfiladeiros.

Ao ver a água, colocou os pés calçados dentro dela. Esperava alívio mas a sensação foi de milhares de agulhadas perfurando-lhe as bolhas.

Deixou escapar um grito estridente do peito e se jogou na água, por inteiro. A dor aumentou.

Não havia solução. Ele não conseguia mais andar e onde se encontrava, com certeza demoraria dias para ser encontrado. E o garoto? Era preciso encontrar o garoto.

Uma idéia tomou vulto em seu cérebro e ele começou a implorar, até sua voz ecoar num brado sempre mais alto:

Um cavalo. Por piedade. Preciso de um cavalo.

Depois, como um lamento, colocou toda sua alma na palavra seguinte:

Jesus!

E prosseguiu repetindo:

Jesus. Um cavalo. Jesus.

Era a primeira vez que orava.

Um cavalo apareceu. Era real. Não era alucinação. Ele o montou por toda a noite, até encontrar o garoto.

Cedo, dois vaqueiros procuraram o animal que lhes fugira, não saberiam eles dizer o porquê.

Mas o professor sabia. Sua prece fora ouvida e atendida. Por isso, emocionado, ali mesmo, pronunciou a segunda prece de sua vida: a prece da gratidão.

* * *

A oração deveria fazer parte de nossa vida.

Orar jamais deveria ser nosso último recurso, mas o primeiro a ser buscado.

A prece movimenta profundas forças que concorrem para reverter quadros enfermiços, enquanto alimenta com novo vigor a esperança e restabelece o bom ânimo.

Redação do Momento Espírita com base no artigo Minha única prece,
publicado na Revista Seleções Reader´s Digest, de junho/1998.
Em 23.10.2009.
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